segunda-feira, 28 de julho de 2008

Irlandeses continuam a dizer NÃO...


Parece que nem os apelos de Sarkozy, o presidente francês, na sua mais recente visita à Irlanda surtiram efeito, já que, a julgar por uma sondagem publicada ontem, os irlandeses voltariam a votar não ao Tratado de Lisboa se lhes fosse dada nova oportunidade para o fazerem. E desta vez a margem seria ainda maior – 62% contra apenas 38% dos que optariam pelo sim.

Destak – 28.Julho.2008

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Em tempos difíceis as más notícias doem mais.

As notícias chegam-nos em “catadupa” e nem sequer nos dão tempo para “digerir” e “pensar” nelas. Esquecemo-nos muito rapidamente do que aconteceu “ontem”... Será de propósito? Ou será fruto de uma sociedade em “mutação”? (Sud Express)

Uma breve passagem de olhos pelos jornais ao longo da semana, numa altura em que metade dos portugueses está de férias e a outra metade não pensa noutra coisa. Há folhetins que se arrastam pelos dias (Hermitage, Maddie, Esmeralda, Quinta da Fonte, decisões do Conselho de Justiça da FPF) e notícias avulsas que nos levantam uma dúvida sinistra: este país ainda funciona?
Pagamos uma factura escondida na conta da electricidade para financiar as energias alternativas (Correio da Manhã); os processos de adopção, apesar de uma muito saudada nova lei, continuam a arrastar-se, em média, por cerca de cinco anos (Diário de Notícias); há cada vez mais roubos nos supermercados portugueses (Público). Descobriu-se uma bactéria mortal numa piscina pública (Jornal de Notícias), continuam a aparecer exemplos de como a descida do IVA não se reflectiu nos preços finais ao consumidor, quatro universidades apresentaram 1,5 milhões de euros em despesas ilegais (DN), cientistas empregues por laboratórios do Estado andam há anos a receber menos do que a lei lhes garante (Público).
A chegada da já muito anunciada crise económica (confirmada, também esta semana, com a divulgação dos números do BCP, por exemplo) terá lançado o país numa vaga de insanidade e descontrolo? Ou são os jornais que reforçam a atenção sobre as más notícias, por «venderem» mais nesta altura?
A resposta a estas questões nunca é simples, mas a verdade é que os jornais há muito são acusados de privilegiarem as más notícias, em detrimento das boas. E não haja dúvidas de que as primeiras captam sempre mais as atenções de quem lê.
Se agora nos sentimos desconfortáveis com esta regra não escrita, é provavelmente porque estamos mais fragilizados. Vagamente deprimidos. Ou a precisar de férias.

In: Jornal: “Sexta” de 25.Julho.2007

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Verdade ou não... Saber se foi inventado.


Recebi esta “presumível” redacção de um aluno do 9º ano. Foi-me enviada por “mail”. Não está aqui em causa se esta chegou ou não a “existir”. Mas que já tenho visto alguns exemplos deste “protugês”... Isso sim é verdade. Há quem lhe chame a geração “Tasse bem”... Será que está?
Arranjar culpados neste país é impossível. Porque aqui a culpa “morre solteirinha da Silva”...


" Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto montanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes tem um cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?

E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os lesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver??? O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e merdas de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. tarei a inzajerar?"

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A frase do ano.

...Recebida ainda há pouco por "mail"...

Querido filho, estás a cometer no Iraque o mesmo erro que eu cometi com a tua mãe: - Não retirei a tempo...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Conta-me como foi (como é...)


Porque foram tempos que vivi... considero que esta série retrata “muito bem” como era o Portugal de então. Problemas como a emigração, a guerra colonial, a pobreza, a falta de instrução, a exploração, a “politica escondida”, o “medo” são retratos de ontem e... de hoje. Também um dia se fará história sobre este período...
Vale a pena ser vista!...

“Desde esta semana podemos vê-la diariamente na RTP1, na reposição de “Conta-me como foi”, ainda que não lhe agrade aparecer com esta regularidade. Depois da experiência como jurada no “Dança comigo”, Rita regressou aos palcos com a“A festa”, no Teatro Maria Matos, em Lisboa.
A que memórias daquela época recorreu para construir a Margarida?
A série começa na década de 60, mas na de 70 e 80 as coisas não eram assim tão diferentes. Somos um país lento a evoluir. Reportei-me à minha família: à maneira de falar da minha avó. Os meus parentes eram todos do Norte, do Douro, e migraram para Lisboa, mas as raízes eram do campo. Lembrei-me da maneira conservadora com as pessoas se tratavam. Hoje a minha filha trata-me por tu, mas eu nunca tratei a minha mãe assim. E ela não se atrevia a falar com a minha avó sem dizer “minha mãe”. Recorri ainda aos filmes dos anos 40 e ao que li, desde Eça de Queirós, a Júlio Dinis. Tinha uma família envolvida politicamente e anti-sistema - o meu padastro foi preso político, pertencia ao partido comunista. Quando era miúda, sabia que havia coisas que não se podia dizer. Conheci o Zeca Afonso, o José Mário Branco. Andei ao colo deles. Hoje a vida é mais “stressante”, acontece tudo depressa. Antes, falava-se mais devagar.
A sua personagem é uma esposa e mãe subordinada ao machismo...
As mulheres naquela altura eram submissas, mas, às vezes, lá levavam a sua água ao moinho. Conseguiam levar avante o que queriam mas tinha de ser com cuidadinho. Esta personagem tem um marido que, apesar de tudo, a ama, não querendo contudo dizer que as pessoas não se amassem na época, mas a verdade é que não havia muitos casais que depois de 20 e tal anos juntos permanecessem apaixonados. O homem mandava e a mulher baixava a bolinha. A Margarida começa a ganhar dinheiro através da costura e vai conseguindo evoluir, porque é esperta, tem uma forma de submissão manipuladora. “

In: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=969760

sexta-feira, 18 de julho de 2008

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Não resisto...


Não resisto a colocar este "boneco" retirado do blog: wehavekaosinthegarden.blogspot.com.

Está o máximo!...

O Neoliberalismo


Durante demasiado tempo, mostrando o provincianismo e o preconceito que ainda marcam o debate das ideias em Portugal, muitos foram os que consideraram que a expressão neoliberalismo não passaria de um slogan sem qualquer dignidade intelectual, usado apenas pela "extrema-esquerda" para efeitos de propaganda.
No entanto, um olhar de relance por alguma literatura académica, sobretudo anglo-saxónica, nas áreas da economia política, da sociologia, dos estudos de desenvolvimento ou da história das ideias facilmente revela que este termo é há muito usado de forma rigorosa e bem fundamentada.
Para além da ênfase nos processos de privatização, de liberalização financeira e comercial ou de desregulamentação das relações laborais, uma das dimensões que tem sido recentemente sublinhada nos estudos sobre o neoliberalismo, como conjunto de ideias que inspiram as políticas públicas, é a sua aposta numa profunda reconfiguração do Estado e das suas funções.


(do artigo “O neoliberalismo é mais do que um slogan” de João Rodrigues no “Jornal de Negócios” de 17 de Julho de 2008)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Grémio Lisbonense – O Valor das Causas.


Muitas são as vezes que me questionam sobre o porquê de aceitar o patrocínio do Grémio Lisbonense.
- Advogada Probono?!
- Sim, sem receber honorários.
- A sério??!!
- Sim.
- Porquêêê???
Porque nos dias de hoje cada vez é mais estranho ver gente a acreditar em causas.
O Grémio Lisbonense é uma causa em que muito mais do que os lisboetas, os portugueses acreditam. É a Instituição mais antiga de Portugal, faz parte da história e das estórias da cidade de Lisboa.
Da varanda aberta para o Rossio, tem muito para contar uma instituição que muito mais do que uma colectividade de recreio, foi lá que viu nascer a 1.ª Universidade para a 3.ª idade.
De Academia Musical, aos dias de hoje, que tem um projecto cultural impar, tango, fado, pintura, fotografia, Hip Hop, é versátil, rico e ambicioso, inovador, jovem, actual.
Para condimentar mais de 150 anos de história, assiste-se ao envolvimento de jovens a tomar o lugar dos mais idosos, isto com o apoio dos idosos e com o seu forte incentivo.
Porquê advogada de causas – e, ainda, causas perdidas?
Nada disso, a causa está ganha, o Grémio Lisbonense ganhou força, e o impulso dado pelos jovens e menos jovens é imparável. Ver que ainda existe quem acredite em causas, não pode deixar indiferente ninguém. Eu sou um mero instrumento, em que apenas aquilo que faço ponho ao serviço de terceiros, sem outra motivação que não seja a de ter um papel interventivo na sociedade da qual faço parte, e de que não abro mão de ter voz activa.
Vale a pena? Claro!!!
No fim, no fim uma experiência única, em que vivo a articulação perfeita entre o que é a justiça e o que Deve Ser ”uma vontade constante e perpétua de dar a cada um aquilo que é seu”.
Câmara, Junta de Freguesia, lisboetas e portugueses, gente de trabalho, gente da cultura e artes, gente do Direito, crianças, jovens, adultos e idosos, os meus filhos, todos em uníssono, mostram que a memória desta cidade está viva e que, independentemente dos obstáculos, o Grémio Lisbonense, mais vivo que nunca continua a sua actividade e a escrever mais uma estória, na história da cultura e da Cidade de Lisboa.
Foi declarado, pela Câmara Municipal de Lisboa, o interesse municipal do imóvel, e o fim desse espaço ser apenas para utilização de instituições de interesse público, foi ainda aprovado a defesa intransigente na prossecução da actividade do Grémio Lisbonense nesse espaço.
Este desafio urgente que foi colocado, era essencial! Probono? Qual o valor que uma causa tem? Não trocaria em momento algum a causa que represento, não poderia ter outra mais Nobre.


Advogada Paula Alves de Sousa

in: http://www.conversasdecafe.pt/cc/ConversasDeCafe_039_Jul2008.pdf

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Trufas e caviar no jantar da cimeira do G8 sobre fome


Limito-me a transcrever, na integra, a notícia que saiu hoje no DN.

Não tenho palavras para descrever o que me vai na alma...


Os líderes das oito economias mais industrializadas do mundo (G8), reunidos numa cimeira no Japão, estão a causar espanto e repúdio na opinião pública internacional, após ter sido divulgada aos órgãos de comunicação social a ementa dos seus almoços de trabalho e jantares de gala.
Reunidos sob o signo dos altos preços dos bens alimentares nos países desenvolvidos - e consequente apelo à poupança -, bem como da escassez de comida nos países mais pobres, os chefes de Estado e de Governo não se inibiram de experimentar 24 pratos, incluindo entradas e sobremesas, num jantar que terá custado, por cabeça, a módica quantia de 300 euros.
Trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas eram apenas alguns dos pratos à disposição dos líderes mundiais, que acompanharam a refeição da noite com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005, que está avaliado em casas da especialidade online a cerca de 70 euros cada garrafa.
Não faltou também caviar legítimo com champanhe, salmão fumado, bifes de vaca de Quioto e espargos brancos. Nas refeições estiveram envolvidos 25 chefs japoneses e estrangeiros, entre os quais alguns galardoados com as afamadas três estrelas do Guia Michelin.
Segundo a imprensa britânica, o "decoro" dos líderes do G8 - ou, no mínimo, dos anfitriões japoneses - impediu-os de convidar para o jantar alguns dos participantes nas reuniões sobre as questões alimentares, como sejam os representantes da Etiópia, Tanzânia ou Senegal.
Os jornais e as televisões inglesas estiveram na linha da frente da divulgação do serviço de mesa e das reacções concomitantes. Dominic Nutt, da organização Britain Save the Children, citado por várias folhas online, referiu que "é bastante hipócrita que os líderes do G8 não tenham resistido a um festim destes numa altura em que existe uma crise alimentar e milhões de pessoas não conseguem sequer uma refeição decente por dia". Para Andrew Mitchell, do governo-sombra conservador, "é irracional que cada um destes líderes tenha dado a garantia de que vão ajudar os mais pobres e depois façam isto".
A cimeira do G8, realizada no Japão, custou um total de 358 milhões de euros, o suficiente para comprar 100 milhões de mosquiteiros que ajudam a impedir a propagação da malária em África ou quatro milhões de doentes com sida. Só o centro de imprensa, construído propositadamente para o evento, custou 30 milhões de euros.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O comboio do Tua regressou...


A notícia saiu no jornal "Metro" de 7 de Julho de 2008. Esperemos que os "nossos" governantes não façam mais uma "daquelas" que são irreversíveis...
Deixo o link para conhecerem um pouco da história deste ramal:

sexta-feira, 4 de julho de 2008

terça-feira, 1 de julho de 2008

O Menino de Ouro e... os "outros"...


Deus meu!... O que se faz para se "subir na vida"...

Manuel Dias Loureiro, empresário, “barão” do PSD, conselheiro de Estado indicado pelo Presidente da República, mais parecia, ontem, um fervoroso militante socialista.
No lançamento de uma biografia de José Sócrates da autoria da jornalista Eduarda Maio, sob a chancela da Esfera dos Livros, o ex-ministro elogiou a autora do livro (“uma investigação exaustiva” que é “fácil de ler”) mas em relação ao próprio biografado foi verdadeiramente hiperbólico.
Fez inclusivamente “sombra” ao outro apresentador da obra, portador de cartão de militante do PS,o ex-ministro e ex-comissário europeu António Vitorino.
Dias Loureiro declarou-se “emocionado” com o “lado dos afectos” retratado na biografia (intitulada “José Sócrates – O menino de ouro do PS”), sobretudo na parte em que a autora referiu a ligação do líder socialista à aldeia transmontana onde nasceu há 50 anos, Vilar de Maçada. “Há duas coisas que não podemos escolher: os nossos pais e a terra onde nascemos. Temos a obrigação de respeitar essa herança, amá-la e transmiti-la”, afirmou. Mas Dias Loureiro elogiou também as características políticas de Sócrates.
Por exemplo, a sua “atenção aos detalhes”. “Só quem está atento aos detalhes pode fazer grandes coisas. Essa é uma característica dos grandes homens.” Elogiou-lhe também a “sensatez” e a “prudência” e ainda o seu “optimismo”: “O optimismo de Sócrates faz muito bem a Portugal”.
O outro apresentador, o socialista António Vitorino, sublinhou o “risco” de escrever uma biografia de um político ainda no activo – sendo portanto lida à luz das “paixões”que o biografado provoca. “Um livro destes é muito raro”, sublinhou, salientando a pouca tradição nacional nas biografias.
Vitorino referiu Sócrates como o primeiro chefe do Governo pós-25deAbril “totalmente formado” depois da Revolução, enfatizando também que “deu pela primeira vez o passo para o outro lado da fronteira”– rompeu com o hábito de manter essa parte da sua vida fora do escrutínio público.

(In jornal "Global" de 1 de Julho de 2008).