sexta-feira, 30 de abril de 2010

Desemprego volta a aumentar e atinge 578 mil pessoas


O desemprego em Portugal continua a bater recordes. Depois de uma estabilização durante dois meses, a taxa subiu para 10,5%, segundo o Eurostat. Ou seja, há 578 mil pessoas sem trabalho. Somos o oitavo país entre os 27 membros da União Europeia com o pior valor.
De acordo com o Eurostat, gabinete de estatísticas da Comissão Europeia, há um ano a taxa de desemprego era de 9% e desde aí teve uma subida regular: em Setembro era de 10,2%, em Novembro baixou para 10,1, mas em Dezembro regressou aos 10,2. Em Janeiro e Fevereiro deste ano era de 10,3%.
Os jovens são o grupo mais atingido pelo desemprego: 21,4%, contra 19,4 de há um ano. Nos homens a taxa também subiu (9,9, contra 8,3 de Março de 2009), movimento semelhante ao verificado entre as mulheres (11,2% no último mês, 9,9 há um ano).
Na União Europeia (UE) e na zona euro a tendência de subida também se verifica. Em Março, na UE a taxa de desemprego era de 9,6%, o mesmo valor que em Fevereiro, mas acima dos 8,5 de há um ano. Na zona euro, o valor também se manteve nos últimos dois meses (10%), superior em relação a Março de 2009 (9,1%).

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Cavaco Silva, o bolo e a despensa...


Uma das reivindicações da greve dos transportes de ontem, a par do aumento dos salários, era a exigência de que não «fosse para a frente» o projecto de privatizar empresas como a CP, REN, os CTT e muitas outras. Enquanto ia ouvindo a habitual guerra dos números da adesão, dei por mim a ligar as palavras de ordem dos grevistas ao discurso do Presidente da República nas celebrações do 25 de Abril. Fui relê-lo, e confirmei a impressão de que a demagogia e o populismo continuam a ser o «estilo » preferido dos nossos políticos.
Cavaco Silva, professor de Economia de inspiração liberal e Presidente da República, num momento de crise sem precedentes, veio de novo «interrogar-se» sobre os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas, perguntando se não serão injustos face aos salários médios dos trabalhadores, e manifestando a sua compreensão perante a indignação geral sentida face aos «salários, compensações e prémios concedidos a gestores de empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno ». De facto, depois disto como é que é possível uma administração, pública ou privada, dizer aos seus trabalhadores que «não há aumentos», quando afinal um especialista diz que bastava que o capitalista de chapéu preto, com um cifrão pintado, aceitasse dividir o seu salário com os demais, para resolver todas as desigualdades?
Cavaco Silva junta também a sua voz àqueles que protestam contra os ganhos dos gestores de empresas que, sendo privadas, são consideradas públicas sempre que convém.
E aqui os sintomas de dupla personalidade dos nossos governantes, presentes e passados, são
assustadores. No momento de encaixar milhões de euros, estão todos de acordo em vender, mas mal as ditas passam a pertencer a privados, e pior a dar lucro, querem ditar as regras. De facto, antes de avançarem para mais privatizações, pensem bem, porque ou as empresas são demasiado importantes para ficarem nas mãos de particulares e, nesse caso, não as vendam, ou não o são e então vendam-nas, mas sem a ilusão de que podem, simultaneamente, comer o bolo e guardá-lo na despensa.


terça-feira, 27 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vampiros

Eles comem tudo e não deixam nada...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

FMI considera que Portugal é ameaça ao euro

O FMI considera que Portugal não é comparável com a Grécia, mas sublinha que Lisboa é apontada como a segunda maior ameaça à estabilidade do euro, depois de Atenas. O relatório sobre a Estabilidade Financeira Mundial diz que a Grécia é o que mais pode contribuir para perturbações na zona euro, com 21,4 pontos percentuais, seguido de Portugal, com uma contribuição de 18 pontos percentuais.
No entanto, a Síntese Económica de Conjuntura de Março divulgada ontem pelo Instituto Nacional de Estatística revela que o indicador de clima económico aumentou, contrariando a ligeira diminuição observada nos três meses anteriores.
Em sentido inverso, seguiu o indicador de confiança dos consumidores, que está em -35,4, sendo o menor valor deste ano.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O desemprego jovem em Portugal vai manter-se acima dos 20% até 2012


Um em cada cinco portugueses entre os 15 e os 24 anos está desempregado. A crise actual, que passou de financeira a económica, é também social. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal tem uma taxa de desemprego jovem de 21,1%, um número que não deve descer significativamente nos próximos anos. O desemprego jovem em Portugal vai manter-se acima dos 20% até 2012.Nos últimos dois anos, assistiu-se em Portugal a uma escalada da taxa de desemprego. Fábricas a fechar, trabalhadores despedidos e empresas impedidas de contratar. No entanto, apesar de os trabalhadores com mais de 25 anos constituírem a fatia principal da mão-de-obra, se há segmento que tem sentido a curva ascendente no desemprego é o dos jovens. Em 2007, a taxa de desemprego entre os 15 e os 24 anos era 16,1%. Hoje é cinco pontos percentuais superior e a OCDE estima que no final de 2011 continuará elevada, nos 20,9%, mais do dobro da taxa de desemprego entre os adultos (ver gráfico). Uma perspectiva que pode ter como consequência o adiamento do tão falado processo de qualificação da mão-de-obra disponível em Portugal."Até 2009 assistiu-se a uma criação líquida de emprego qualificado significativo, apesar de nessa altura já se registar um ligeiro aumento do desemprego", afirma Pedro Adão e Silva, investigador do Instituto Universitário Europeu. "O problema é que o mercado vai estar congelado. A destruição de emprego pode até nem continuar, mas também não haverá uma dinâmica de criação", conclui.A crise económica impôs uma travagem a fundo na criação de emprego, com limitações que dificultam a obtenção de emprego pelos mais novos. A OCDE também não tem dúvidas: "As perspectivas a curto prazo para o desemprego jovem nos países da OCDE continuam sombrias", pode ler-se no relatório. A organização que junta os países mais desenvolvidos do mundo estima que, apesar de a retoma já ter começado em alguns países, o nível de desemprego continuará a ser preocupante. "A criação de emprego deverá ficar significativamente para trás em relação à recuperação económica. Neste contexto, estima-se que o desemprego jovem permaneça a um nível elevado nos próximos dois anos e muitos jovens desempregados deverão passar por períodos prolongados de desemprego."O perfil adiado A elevada taxa de desemprego jovem é ainda mais preocupante para Portugal, tendo em conta os esforços para mudar o perfil de mão-de-obra do país. A crise veio atrasar o processo de qualificação da população activa, que tinha como objectivo deixar de apresentar a mão-de-obra barata como o principal cartão de visita do país."Esta crise é mais dramática, porque além das dificuldades económicas que acarreta, acentua as nossas debilidades estruturais e torna mais difícil ultrapassá-las", explica Adão e Silva. "O processo de mudança de perfil da mão-de-obra, que, por si só, já é uma transição demorada e que não seria feita nesta ou na próxima legislatura, é adiado", garante.No entanto, Portugal está longe de ser o único nesta posição. A subida do desemprego é um fenómeno comum a todos os países da OCDE, onde nos últimos dois anos o desemprego jovem subiu seis pontos percentuais. Actualmente, existem 15 milhões de jovens desempregados nos países da OCDE, mais quatro milhões do que no final de 2007. Em Espanha, por exemplo, a taxa de desemprego jovem é de quase 40% e na Irlanda registou-se uma subida de mais 18 pontos percentuais nos últimos dois anos.Porquê os jovens? Toda a gente conhece pelo menos uma história de um recém-licenciado que não consegue arranjar emprego. Mas por que são os jovens sempre muito penalizados quando o desemprego sobe? Segundo Pedro Adão e Silva, existem algumas dificuldades que vêm sempre à tona em contextos de crise. "As crises tendem a aprofundar a segmentação do mercado e a diferença entre emprego mais protegido e menos protegido. No último segmento estão obviamente incluídos os jovens, uma faixa etária onde os vínculos precários são mais comuns", sublinha. "Além disso, é muito mais difícil entrar num mercado do que já lá estar presente"O relatório da OCDE refere ainda que falhar na procura do primeiro emprego ou ter dificuldades em conservá-lo poderão deixar cicatrizes para o futuro. "Além dos efeitos negativos no salário e empregabilidade futura, períodos longos de desemprego enquanto jovem criam muitas vezes cicatrizes permanentes através de efeitos nocivos, incluindo felicidade, satisfação no trabalho e saúde", revela o relatório

quarta-feira, 14 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Metro - Relatório refere ajudas a Manuel Godinho


Uma auditoria da Inspecção-Geral das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (IGOPTC), realizada no Metropolitano de Lisboa, detectou um conjunto de irregularidades em dois concursos de que acabaram por sair vencedoras, em 2002, duas empresas de Manuel Godinho, o empresário da sucata detido no âmbito do processo Face Oculta.
Os dois concursos, lançados antes de 2000, estavam interligados e envolviam dois contratos - um para
compra da sucata de 77 carruagens do metro dos anos 70 e outro para o seu desmantelamento, tratamento e remoção do amianto existente no material. Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa recusa-se, para já, a comentar o caso, uma vez que recebeu o relatório no passado dia 8 e, legalmente, tem ainda dez dias para o fazer. A empresa «não comenta publicamente o conteúdo do Projecto de Relatório sobre o qual formalmente ainda não se pronunciou em sede própria», adianta.


Destak de 13/04/2010

... E continua a "bandalheira"...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pare, Escute, Olhe


«Trás-os-Montes, esquecido e despovoado, vítima de promessas políticas incumpridas dos que juraram defender a terra. O anúncio do plano nacional de barragens lançado pelo governo de José Sócrates volta a ameaçar a região transmontana. Em nome do progresso, a centenária linha ferroviária e património do Vale do Tua estão em risco de submergir com a construção da barragem Foz-Tua. As necessidades das populações não têm peso, o povo não tem voz. As assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal nunca estiveram tão acentuadas. Pare, Escute, Olhe é um documentário de reflexão. Militante na defesa do património do Vale do Tua. Um retrato actual de um Portugal dos discutíveis investimentos públicos, mergulhado numa grave crise económica. Pare, Escute, Olhe é um alerta, uma denúncia, uma visão a longo prazo de Portugal.»Falta só dizer que o documentário Pare, Escute, Olhe estreia hoje, dia 8 (em Lisboa no Lusomundo Amoreiras e no Cinema City Alvalade; no Porto no Lusomundo Parque Nascente) e que o seu realizador, Jorge Pelicano, será o nosso convidado de hoje. Vamos falar do caso específico da linha do Tua, mas alargar a conversa para a convivência nem sempre pacífica entre progresso, património, necessidades das populações, para o custo de se viver no interior, para o acerto e desacerto do investimento público.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Os jovens e o futuro


Entre o desemprego e a crescente precariedade
Jovens constituem um grupo igualmente vulnerável a situações de pobreza
00h00m
LEONOR PAIVA WATSON
São milhares os jovens licenciados desempregados e milhares os que enfrentam, depois, anos de precariedade. Para quem não estudou é, para a maioria, ainda pior, porque a precariedade ou a economia informal parecem as únicas respostas.E isto é pobreza.
Os jovens são um dos grupos mais vulneráveis à pobreza. Dizem os especialistas que, se por um lado, são constantemente convidados e obrigados a consumir, por outro, não têm meios para o fazer. A sua entrada na vida adulta, isto é, a sua autonomia face à família, é feita cada vez mais tarde e por tentativa/erro.
"Saem de casa, mas acabam por regressar. Acreditaram, a dada altura, que já tinham alguma autonomia, designadamente laboral, e perceberam, depois, que não. Isto reflecte-se a outros níveis, designadamente ao nível da conjugalidade", avança o sociólogo e etnógrafo Luís Fernandes.
Os números do desemprego dispararam, chegaram ao valor histórico de 10%. Os jovens são dos grupos mais afectados. Nunca tanto se ouviu falar de precariedade, depois de pensarmos que esta era uma realidade do passado, de um passado onde não havia direitos. Contratos a cinco dias, por exemplo, não são já novidade. E recibos verdes falsos são já uma constante (até na função pública). Para não falar de horas extraordinárias que não são pagas e de bancos de horas que resultam em jornadas de dias de trabalho sem dormir. Onde está o Estado social?
"O Estado social transformou-se em neo-liberal. A forma como os estados ocidentais organizam a sociedade proporciona tudo isto e enquanto continuarmos com estados neo-liberais será assim", aponta Luís Fernandes.
Não poderia o Estado ser um regulador do mercado e não seu cego aliado? Não poderia o capitalismo ser menos neo-liberal? Não é esta uma opção que cabe exclusivamente aos estados? A continuar assim, que futuro para os nossos filhos?
"Os jovens da classe média e classe média alta ainda têm os pais a ajudá-los, ou seja, não se nota tanto a precariedade a que estão votados. Mas quando eles forem pais, como vai ser?", questiona o sociólogo.
E os jovens das camadas mais desfavorecidas? Aqueles que não estudaram, aqueles cujos pais já sofreram na pele a desindustrialização e que já foram excluídos da economia formal? "Para esses jovens, o mundo do trabalho é uma miragem. Estão condenados a trabalhos desqualificados, com muito baixos salários, ou às economias informais. Para esses, a perspectiva é sempre de curto prazo. Não há futuro, não há planos, porque não há condições económicas para haver planos", responde.
A sociedade vai perdendo direitos progressiva e rapidamente e, ao mesmo tempo, "assistindo a um discurso económico e político que simula racionalidade", diz. Mas poderá ser racional aos olhos de alguém uma economia onde uma grande parte da sociedade está insatisfeita e incapaz de fazer frente às necessidades que o próprio sistema impõe? Será isto uma gestão racional das coisas?
"As consequências são dramáticas. O desemprego e a precariedade são problemas económicos e sociais muito graves. Os casos de depressão, só para dar um exemplo, aumentam e os custos disto - para a família, para o empregador, para o próprio sistema social, que vai acabar a pagar tudo - são enormes", exemplifica este sociólogo.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

PEC - A quem é que querem enganar?

Presidente da EDP recebeu quase dois milhões de euros em 2009
31 03 2010 19.17H

O presidente da EDP recebeu em 2009 mais de 1,9 milhões de euros em remunerações fixas, variáveis e prémios plurianuais, ou seja 0,19 por cento dos 1,024 mil milhões de euros do lucro da elétrica.
Destak/Lusa
destak@destak.pt
De acordo com informação enviada pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, António Mexia recebeu em 2009 700 mil euros em salários fixos e 600 mil euros em remuneração variável (que varia segundo objectivos atingidos).
A estes valores junta-se um prémio plurianual de mandato de 1,8 milhões de euros, que entra nas contas de 2009 e que corresponde a 600 mil euros por cada um dos três anos.
Assim, o CEO da eléctrica portuguesa irá receber este ano um total de 3,1 milhões de euros, quando a assembleia geral de accionistas, marcada para 16 de abril, aprovar as contas de 2009.
Em termos absolutos, a EDP foi a empresa portuguesa que mais bem remunerou o seu CEO em 2009.
Considerando apenas as remunerações fixas e variáveis, António Mexia absorve 0,13 por cento dos lucros da EDP em 2009 (que foram de 1,024 mil milhões de euros) e 0,04 por cento do EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que ascenderam a 3,363 mil milhões de euros.

Na sequência do Decreto-Lei nº 205 - G/75, de 16 de Abril, que resultou na nacionalização das empresas que então operavam na produção, transporte e distribuição de energia eléctrica, foi criada a EDP, pelo Decreto-Lei nº 502/76, de 30 de Junho, através da absorção dos activos das referidas empresas e da atribuição da exclusividade do exercício do serviço público, no território do continente, da produção, transporte e distribuição de energia eléctrica. (site da EDP.PT)