terça-feira, 30 de novembro de 2010

Salários públicos vão ser os mais penalizados da UE



Trabalhadores portugueses vão sofrer a maior quebra de poder de compra da Europa

A crise global combinada com a política de austeridade total prometida pelo Governo vai atirar Portugal para uma recessão em 2011 (uma queda de 1% do produto) e empurrar o desemprego para níveis históricos. Os ordenados do privado vão estagnar, perdendo poder de compra, e o corte na massa salarial no sector público será superior a 11%, o mais violento de sempre e o maior dos 27 países da União Europeia (UE).

Estas são algumas das más notícias ontem ventiladas pela Comissão Europeia, no relatório das previsões de Outono.

Os técnicos do executivo europeu provam o que a maioria dos economistas já avisa há muito tempo: estão reunidas as condições para que Portugal acumule, até 2012 inclusive, meia década perdida no crescimento, no emprego e no bem-estar da população.

Os portugueses vão empobrecer (cada português tornar-se-á no oitavo mais pobre dos 27 em 2012, já ajustado pelas paridades de poder de compra de cada país), enfrentarão quatro anos consecutivos de destruição de emprego e verão assistir a uma subida da taxa de desemprego para 11,1% em 2011 e 11,2% em 2012.

A subida da carga fiscal prevista no relatório afectará a esmagadora maioria dos portugueses, mas tende a pesar mais no bolso das pessoas mais pobres. O aperto ficará completo com a forte redução dos apoios sociais e o congelamento das pensões, por exemplo. Não se sabe ainda o que acontecerá com a actualização prevista do salário mínimo.

É nos salários que o impacto é maior, sobretudo ao nível da função pública: o ordenado médio real dos trabalhadores portugueses (já descontado da inflação) deverá cair 3,5% em 2011, o pior valor de toda a UE. É preciso recuar até aos anos do segundo plano de ajustamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), a 1983 e 1984, para encontrar uma degradação superior (-5,7% e -9,2%, respectivamente).

A seguir a Portugal surge a Grécia, com uma perda de poder de compra salarial na ordem dos 2,3% no ano que vem.

A média nacional é fortemente enviesada pelos sacrifícios pedidos a muitos funcionários públicos, actualmente cerca de 663 mil pessoas. Bruxelas aponta para uma quebra nunca vista nas verbas para salários públicos superior a 11% em termos nominais, a maior de toda a UE. Em 2012, a razia continua com um corte de outros 2%. O Governo defende um corte médio da massa salarial na ordem dos 5%. A medida reflecte um controlo extremo na admissão de funcionários.

Apesar do empobrecimento em larga escala, Bruxelas alerta que Portugal falhará o ambicioso plano de redução do défice público prometido. Considera que o país precisa de mais medidas de austeridade para evitar a derrapagem: o Governo defende que o défice vai melhorar dos 7,3% do PIB este ano, para 4,6% no próximo e 3% em 2012; Bruxelas arrasa esta previsão, dizendo que a economia vai fraquejar e a factura com juros explodir. Para Bruxelas, o desequilíbrio das contas públicas vai, afinal, chegar a 4,9% e subir até 5,1% em 2012. Os mercados não gostaram e a taxa de juro da dívida pública atingiu um novo recorde, 7,4%.

PS - Todos sabemos dos abusos que têm havido na "Função Pública". Do peso que tem no OE. Mas lembrem-se que quem vai sofrer "mais" não são os que estão lá no "alto do poleiro". Irão ser os de baixo. E quando um dia não houveram hospitais públicos, centros de saúde públicos, escolas públicas e outros que tais já será tarde demais. Lembrem-se de Bertold Brecht:

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Jovens lusos são dos mais precários na União Europeia


Os trabalhadores portugueses mais jovens são dos mais penalizados na UE pela precariedade, revela o estudo da Comissão Europeia.

Apesar disso, um grupo de gestores e empresários insiste em "flexibilizar" os contratos a propor aos jovens à procura do primeiro emprego.

A precariedade detectada pela Comissão alastrou nos últimos anos. Nos quatro países onde o quadro é mais desfavorável, o grau de precariedade até recuou.

Em Portugal, os empregados com idades entre os 15 e os 24 anos abrangidos pelos chamados "contratos temporários" valem 53,5% do total de indivíduos nessa faixa etária, o quinto valor mais alto entre os 27 países da UE. Eslovénia e Polónia lideram.

Os investigadores da Comissão alertam que, apesar dos contratos a termo e outras formas mais precárias (como os recibos verdes) poderem ser uma "porta de entrada" para o mercado de trabalho e "um degrau para alcançar empregos mais estáveis e mais bem pagos", esses vínculos "temporários podem ser simplesmente um factor de produção mais barato face ao emprego permanente", amortecendo os choques. O problema é que há países, como Espanha, Portugal, Eslovénia ou Eslováquia, onde os vínculos temporários estão a aprisionar os mais jovens, impedindo-os de progredirem para contratos sem termos e níveis salariais mais bem remunerados.

A taxa de desemprego jovem atingiu um recorde de 23,4%, quase 99 mil no terceiro trimestre. Esta realidade adversa não desmobiliza os gestores do Fórum para a Competitividade que ontem pediram contratos ainda mais flexíveis para os jovens à procura do primeiro emprego ou que trabalhem no sector exportador: querem contratos flexíveis com duração de quatro anos e com isenção total ou parcial nos descontos dos empregadores para a Segurança Social.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Isto faz-me recordar... umas décadas atrás...


Encontro entre Merkel e Putin centrado nas relações económicas bilaterais e UE/Rússia

25 | 11 | 2010 09.49H

As relações económicas germano-russas e as futuras relações económicas União Europeia/Rússia dominam a agenda do encontro entre a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro russo Vladimir Putin, na sexta feira, em Berlim.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

Na véspera do encontro, o chefe do governo russo propôs a criação de um mercado comum continental entre a Rússia e a União Europeia, em artigo publicado no jornal alemão Sueddeutscche Zeitung.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

E depois da greve como vai ser?


"Apesar de ainda estarmos em avaliação dos dados relativos à greve geral de hoje, estamos em condições de dizer que a ela aderiram mais de três milhões de trabalhadores", disse o secretário-geral Carvalho da Silva da CGPT.

Segundo Carvalho da Silva, que falava na conferência de imprensa desta tarde na sede da CGTP, esta é "sem sombra de dúvida, a greve geral com mais impacto que já realizámos até hoje".

Confirmando os números, o secretário-geral da UGT, João Proença, acrescenta que esta "foi uma grande jornada de contestação às políticas, uma grande jornada que traduziu esperança num futuro melhor, uma jornada de solidariedade em que mesmo quem não fez greve se solidarizou com quem fez". João Proença recorda que na greve geral de 1988 a população activa era de pouco mais de três milhões de trabalhadores e que hoje esse número é de mais de quarto milhões.

"O PS considera que hoje os trabalhadores portugueses cumpriram o seu direito constitucional à greve e que, a partir de hoje, há uma outra dimensão que se abre para os trabalhadores portugueses, que é a consciência que temos de construir provavelmente em sede de concertação social, porque é a sede onde se constrói também a paz social em Portugal, um novo rumo para uma situação de crise muito violenta que atinge Portugal", disse a deputada Maria José Gamboa.

A deputada do PS falava aos jornalistas no Parlamento sobre a greve geral convocada para hoje pelas duas centrais sindicais, CGTP e UGT. Questionada sobre a quem deve pertencer a iniciativa de estabelecer esse diálogo, a deputada socialista considerou que a responsabilidade pende sobre ambas as partes: executivo e parceiros sociais.

Digo eu: "Que nunca mais se esqueçam, os dois sindicalistas, que só juntos poderão defender as classes que representam"

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Nos jornais nem "piu"...


Hoje ao levantar-me liguei a "TV", na RTP1, e ouvi da voz do locutor que:
"Portugal vai gastar 10 milhões de euros com a Segurança ligada à cimeira da NATO".
Tentei ler nos jornais "on-line" alguma referência a isso. Nem uma "curta linha"...
Continuamos a fazer "figura de ricos" e ao mesmo tempo "de parvos".
Obrigam a maior parte dos portugueses a "apertarem o cinto" até mais não... e depois gasta-se "à vara larga".
Mas não há politico neste país que tenha a consciência de que "ninguém quer saber de nós"? Que no contexto mundial somos... pouco mais que nada?
Precisamos urgentemente de uma boa "varridela" nesta classe politica...
Mas que raiva que isto me dá!...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Uma boa e outra má...

Vai ficar na história do desporto nacional!...


Também vai ficar na história nacional...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ditos populares adaptados à realidade actual


1. Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a cantar, se vires o Sócrates, põe-te a chorar.
2. Quem vai ao mar avia-se em terra; quem vota Sócrates, mais cedo se enterra.
3. Sócrates a rir em Janeiro, é sinal de pouco dinheiro.
4. Quem anda à chuva molha-se; quem vota em Sócrates lixa-se.
5. Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão; parvo que vota em Sócrates, tem cem anos de aflição.

6. Gaivotas em terra, temporal no mar; Sócrates em São Bento, o povinho a penar
7. Há mar e mar, há ir e voltar; só vota em Sócrates quem se quer afogar.
8. Março, marçagão, manhã de Inverno tarde de Verão; Sócrates, Soarão, manhã de Inverno tarde de inferno.
9. Burro carregando livros é um doutor; burro carregando o Sócrates é burro mesmo.
10. Peixe não puxa carroça; votar em Sócrates, asneira grossa.

11. Amigo disfarçado, inimigo dobrado; Sócrates empossado, povinho lixado.
12. A ocasião faz o ladrão, e de Sócrates um aldrabão.
13. Antes só que mal acompanhado, ou com Sócrates ao lado.

14. A fome é o melhor cozinheiro, Sócrates o melhor coveiro.
15. Olhos que não vêem, coração que não sente. Aturar o Sócrates, não se faz à gente.
16. Boda molhada, boda abençoada; Sócrates eleito, pesadelo perfeito.

17. Casa roubada, trancas na porta; Sócrates eleito, ervas na horta.
18. Com Sócrates e bolos se enganam os tolos.

19. Não há regra sem excepção, nem Sócrates sem confusão.