segunda-feira, 25 de abril de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Os "amigos" finlandeses!...


O líder do partido de extrema-direita finlandês Verdadeiros Finlandeses, Timo Soini, assegurou hoje que a União Europeia deve renegociar o resgate financeiro de Portugal.

Em declarações à televisão pública finlandesa YLE, Soini, que depois das eleições de domingo lidera a terceira força política daquele país nórdico, indicou que "terá de haver mudanças" nos planos europeus de construir um mecanismo de estabilidade financeira, apesar de não ter querido dar mais pormenores sobre os pontos que deveriam ser modificados.

"O mais importante é que a Finlândia não precise de pagar pelos erros dos outros", sublinhou Soini um dos candidatos mais firmes, graças à espetacular ascensão, para formar governo com os conservadores, que venceram as eleições de domingo mas com uma margem mínima.
O líder de extrema-direita, que nas últimas eleições para o Parlamento Europeu também tinha sido o candidato mais votado da Finlândia, assegurou que a sua intenção é mudar a partir de dentro as políticas económicas de Bruxelas.

"Já se viu que o pacote de ajudas à Grécia e à Irlanda não funcionou. Agora as coisas vão começar a fazer-se de outra forma na Europa”, sublinhou.

Soini, conhecido pelas suas visões ultra-nacionalistas e euro-cépticas, também dirigiu duras palavras contra a UE, ao afirmar que a União “fracassou". "Temos que a gerir melhor”, disse.

Os Verdadeiros Finlandeses advertiram durante a campanha que não estão dispostos a participar num governo que dê «luz verde» a novos resgates financeiros, incluindo o português.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

Porque será?


Portugal regista má "performance" em desemprego, corrupção e desigualdade salarial.

12 | 04 | 2011 12.48H

A pobreza diminuiu em Portugal nas últimas duas décadas mas o país mantém indicadores negativos em termos de corrupção, desemprego e desigualdade salarial, refere um relatório apresentado hoje em Paris.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

Apesar do aumento do rendimento real, Portugal está ainda abaixo da média dos países da OCCE em termos de rendimento médio disponível por família, com 13 mil dólares anuais (cerca de 9 mil euros), equivalente ao da República Checa e apenas superior a alguns países do Leste europeu e do Chile, Turquia e México.

Portugal continua também com um indicador de pobreza superior ao do conjunto dos membros da OCDE, medido pela percentagem de pessoas que vivem com menos de metade do rendimento médio familiar (13,6 por cento em Portugal, 11,5 por cento para o conjunto da OCDE).

O desemprego é um dos indicadores em que Portugal ocupa o patamar inferior entre os países da OCDE, tendo registado um aumento de 1,5 por cento (de 10 para 11,5 por cento) entre 2007 e 2009.

O aumento do desemprego em Portugal nesses anos foi, no entanto, inferior à variação registada no espaço da OCDE.

No quadro geral da situação social, que leva em conta 17 indicadores diferentes, Portugal não obtém em relação a nenhum deles um resultado que o posicione no grupo dos melhores (ou seja, nos dois décimos da amostra com melhor notação), situando-se num dos seus níveis intermédios ou nos dois níveis inferiores.

Quanto a estes últimos, é no índex da corrupção, na percentagem do desemprego e na desigualdade de rendimentos que Portugal aparece nos dois décimos inferiores da amostra da OCDE.

O “outlook” da OCDE para 2011 assinala que o trabalho não remunerado “responde por um terço do produto interno bruto do conjunto de países da OCDE”.

Outra tendência sublinhada pelo relatório é que “os jovens são mais expostos a contratos temporários”.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma questão de "ratice"...

Um grupo de economistas entrega hoje na Procuradoria-Geral da República um documento com vista à abertura de um inquérito contra as agências de 'rating' que acusam da prática de "crime de manipulação do mercado".

Moody's, Fitch e Standard & Poor's são as agências visadas pela ação, que dará hoje entrada na instituição liderada por Pinto Monteiro.

O documento é subscrito por quatro economistas: José Reis e José Manuel Pureza, da universidade de Coimbra, e Manuel Brandão e Maria Manuela Silva, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Em declarações à Lusa, José Reis realça que as agências que "intervêm no mercado português", as três referidas na denúncia, "dominam mais de 90 por cento do mercado" internacional, pelo que "é preciso saber se as leis da concorrência são respeitadas".

Duas dessas agências - Moody's e Standard & Poor's - têm inclusive um "mesmo fundo de investimento como proprietário", adverte o economista, e as decisões que as entidades tomam, "que influenciam as taxa de juro", têm um impacto significativo nos endividamento dos países, "podendo afetar a sua estabilidade" financeira e económica.

No documento que hoje chegará às mãos de Pinto Monteiro, a que a Lusa teve acesso, é dito que "quanto maior for o risco inerente a uma emissão de dívida, maior será o retorno exigido pelos investidores, ou seja, maiores serão os juros" impostos pelos mesmos.

O inquérito que os assinantes do documento querem que seja aberto deve apurar a "prática dos atos abusivos que são imputados" às três agências, a "existência de graves prejuízos produzidos nos interesses do Estado e do povo português" e a "identificação dos quadros diretivos das ditas agências e os autores dos atos" da denúncia.

Os economistas querem também saber se os "benefícios obtidos pelas agências" e os seus clientes "foram de notória importância", para além de quererem ter acesso a "todas as comunicações internas das agências de notação respeitantes às classificações referentes a Portugal" desde o ano de 2010.



sábado, 9 de abril de 2011

Plano de privatizações da Europa ameaça 170 mil empregos


Pacote de ajuda exigirá mais que o PEC IV: CGD, RTP, Transportes, Saúde e águas são sectores em que o Estado deixará de ser único accionista.

Teixeira dos Santos e Bruxelas desentendem-se sobre quem deve negociar o pacote de ajuda externa com a oposição portuguesa. Enquanto isso, a "geração à rasca" não admite viver pior que os pais mesmo com a chegada de tempos difíceis para todos. O Banco Alimentar ajuda cada vez mais pessoas e 150 mil delas vivem com menos de 250 euros.



Pergunto eu: Mas que raio de CE é esta? Robin Wood em versão moderna. Tirar aos pobres para dar aos ricos...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Os ricos da Europa que paguem a crise!

O Povo já não pode mais...

Talvez seja porque já quase vomito de cada vez que me falam da crise. Talvez possa ser porque a minha actividade profissional me obriga a viajar muito pela Europa e vejo o que eles também fazem e são capazes de fazer. Talvez seja porque trabalho de mãos dadas com a indústria têxtil há mais de vinte anos e sei o que a virtuosa Europa lhe fez e o que nos ficou a dever por causa das cedências feitas.

Talvez possa ser porque ainda vou conservando boa a memória e me lembro das promessas feitas pelos dirigentes europeus nos momentos da abertura das fronteiras em nome da globalização e sou testemunha do que na verdade aconteceu desde que escancarámos as portas aos chineses e companhia.

Talvez seja porque estou farto de receber mails nunca desmentidos das mordomias, reformas e regalias sumptuosas dos burocratas europeus, que no mínimo remetem para uma época muito diferente da crise badalada.

Talvez possa ser porque não esqueço os milhões que a Europa sempre se tem disposto a gastar em países terceiros com argumentos que vão da mais pura solidariedade com os mais desfavorecidos à responsabilidade que é preciso honrar naqueles territórios que já foram antigas colónias, por mais falta de agradecimento que exista.

Talvez seja só por isto (talvez também possa ser por muito mais do que isto...) mas devo confessar que estou farto de pertencer a um país que se orgulha e insiste em ser o melhor aluno da Europa.

Por arrogância, por falta de solidariedade ou pura e simplesmente por incompetência, a dita Europa não tem sido capaz de dar conta do recado connosco.

Como acontece em muitos casamentos, durante os primeiros tempos do noivado eram só rosas e agora, anos depois, parece que só restam espinhos.

Se me dão licença para desabafar, como aluno da Europa só me apetece fazer traquinices, zombar dos professores e não pagar as propinas.

A Europa dos ricos que tanto nos encantou com os seus cantos de sereia, agora também tem o que merece.

Na verdade julgo que nem os seus melhores especialistas sabem o que os espera, a avaliar pela ligeireza com que trataram das nossas contas e dos nossos PEC s nos últimos anos.

A Europa e os seus ricos que paguem a crise!

Manuel Serrão

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Políticos foram os maiores culpados.

Políticos foram os maiores culpados – Vítor Bento

04 | 04 | 2011 08.58H

Os políticos são os principais culpados da atual crise económica internacional, porque criaram as condições para ela se instalar, disse o economista e conselheiro de Estado, Vítor Bento, em entrevista à agência Lusa.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

Vítor Bento, que apresentou recentemente o livro “Economia, Moral e Política”, publicado pela Fundação Francisco Soares dos Santos, considerou que a crise resultou de uma crise de valores morais, mas que os políticos falharam nas escolhas que fizeram.

“No livro olhei para a crise internacional não apenas do ponto de vista estritamente económico, mas enquanto erupção de uma crise de valores da própria sociedade. Há muitos fatores que contribuíram, mas uma delas é o facto de hoje vivermos numa sociedade onde os valores materiais são a referência comum, que quase toda a gente subscreve”, afirmou.

O economista considerou que, no caminho para a crise, uns têm mais culpa do que outros, destacando neste grupo de maiores culpados, “políticos, banqueiros, gestores em geral”, que tinham a obrigação de saber que as escolhas que faziam “conduziriam a caminhos errados”, além da obrigação de limitar a possibilidade dos indivíduos fazerem escolhas erradas.

“Em última instância, os políticos têm sempre mais culpas, porque têm a obrigação de gerir a casa comum, de ver melhor e mais longe. Enquanto os outros elementos privilegiam muito o seu interesse particular, os políticos têm a obrigação de colocar o interesse comum acima de tudo, de estar no cimo da torre com uma visão mais ampla e, portanto, limitar os estragos que os interesses particulares possam fazer”, afirmou.

“Os políticos que aparentemente surgem agora como quem tem que limpar a sujidade feita pela crise, foram grandes responsáveis na criação das condições que levaram à crise”, acrescentou.

Garantindo que não quer assumir o papel de juiz, “e muito menos de juiz da moralidade”, Vítor Bento disse que o livro que agora lançou é uma forma de arrumar as ideias, de “estruturar o conhecimento” num processo próprio de aprendizagem e reflexão sobre a relação entre a economia, a moral e a política.

“A forma de regulação económica, em si, é amoral, mas o comportamento das pessoas não é. Essa é que é grande questão. Não é a economia que se deteriora, é o quadro de moralidade de uma sociedade que aceita comportamentos que, de outra forma, não teria aceite”, defendeu.

“Quando a economia leva por maus caminhos, é porque o quadro de moralidade permite esses caminhos”, disse ainda o professor de economia.

sábado, 2 de abril de 2011

Esperar, quê, quem, e porquê?



Ideologicamente, segundo o presidente do PSD, «acabará com o paradigma estatizante.» Significa, em palavras simples, que vai deixar de haver Estado na Educação, na Saúde, na Segurança Social. Cada qual entregue a si próprio. O breviário neoliberal encontra, neste conceito, a dureza do seu propósito: o individualismo mais feroz, a opor-se à relação tradicional dos laços sociais.

Ensinam-nos os mestres que menos Estado menos democracia. Uma nação transformada num imenso condomínio, com aplicados gestores e zelosos vigilantes, eis o que nos espera. As conquistas sociais obtidas na Europa no imediato pós-guerra parecem estar condenadas. Irremediavelmente? O que se passa, nos grandes países europeus, configura uma farsa pesada (a Itália de Berlusconi), um vaudeville grotesco (a França de Sarkozi) ou o arbítrio ignorante (a Alemanha de Merkel).

Tudo isto resulta de uma falta de visão de conjunto e da ausência de conhecimento da História, como há meses, lucidamente escreveu Antonio Tabucchi. A soma destas aventuras desditosas é o retrato das convulsões sociais, das múltiplas misérias e da carência de ética, que nega e condena todas as formas de sonho e de progresso como de desdenháveis utopias se tratasse.
Pedro Passos Coelho, independentemente da simpatia pessoal que possa suscitar, é outro daqueles políticos do «sigamos o cherne» [Alexandre O'Neill], destinados ao desastre por inexistência de projecto nacional. A internacional neoliberal é que manda, dirige, pune e estimula. Não será preciso grande esforço intelectual para que vejamos o quadro. E o quadro é sinistro.
A União Europeia, não o esqueçamos, é dominada pelo Partido Popular Europeu, que reúne um conjunto de partidos de Direita e de Extrema-direita. Deles emanam as orientações repressivas a que temos vindo a ser submetidos. E o PSD pertence a essa agremiação política, configurada numa poderosa expressão de poder. A Europa não responde drasticamente, porque o não deseja, porque feria os seus interesses, ao manobrismo financeiros dos grandes grupos económicos. A imoralidade atinge índices nunca vistos.
Ignoro o modo e o estilo que Passos Coelho adoptará, dando o caso de ganhar as próximas legislativas. Mas não ignoro nem o modo nem o estilo de uma Esquerda incapaz de dar resposta à maior ofensiva de domínio unilateral de que há memória. Adicione-se-lhe a traição dos partidos socialistas, de que o nosso é penoso exemplo.
Sócrates ganha as eleições no seu partido com uma expressão tão impressionante que faz lembrar os índices obtidos pelo falecido Kim Il Sung, glorioso timoneiro. Lá dentro é o bem-amado; no exterior, é uma das criaturas políticas mais odiadas desde tempos imemoriais. Chegou-se ao ponto de fogosos teóricos (e não só de Direita) admitirem, como salvação da pátria, uma coligação PSD-PS-CDS, apenas com um ligeiro pormenor: sem a presença do engenheiro. As coisas estão na mesma porque as coisas são o que são. «O país é pequeno, e as pessoas que lá vivem maiores não são», disse Garrett, e acertou no alvo.
Esperemos. Mas esperemos, quê, quem e porquê?
Isto não vai lá com coligações que se entendem. Vai, isso sim, com políticas que vaticinem o futuro, com políticos que possuam o estofo de estadistas e com uma alteração de mentalidades tão grande que seria precisa uma barrela de dimensões inauditas.

APOSTILA - Acaba de sair a segunda edição de «Dom Tanas de Barbatanas», de Tomaz de Figueiredo, um prodigioso e sarcástico retrato de Portugal, de quem cá vive de quem cá manda. A primeira edição foi editada (anote-se o escândalo e a vergonha que o envolve) em 1962. O silêncio em redor deste livro, admirável a muitos títulos, não tem apenas a ver com a nossa indolente ignorância. Não. «Dom Tanas de Basbatanas», dois tomos escritos num idioma de lei, escarmenta, sem indulgência mas com ternura magoada e melancólica, a nossa índole, simultaneamente rapace, matreira e acarneirada. Figueiredo é um dos maiores prosadores portugueses de sempre, um trabalhador incansável das letras e das ideias, um zombeteiro felino que não poupava amigos, desde que estes fossem estúpidos ou indignos. Estou a reler esta peça literária invulgar, com o gozo e o prazer das grandes descobertas. [A edição é da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, e inclui um prefácio de Sérgio Guimarães de Sousa, introdução muito lúcida ao romance e a quem o escreveu.]Baptista Bastos