quinta-feira, 28 de julho de 2011

Gestores ganham mil euros por dia!


Mas afinal como é? A austeridade é só para alguns?

O Estado gasta todos os dias, só em massa salarial, cerca de mil euros apenas com três administradores executivos dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), apesar de o actual elenco, há um ano em funções, ainda não ter fechado qualquer novo contrato.

E o seu presidente executivo, que é espanhol, tem direito a viagens aéreas pagas pela empresa quando vai ao seu país. Francisco Gallardo tem uma remuneração anual de 110 000 euros.

Os números constam do Relatório e Contas de 2010 dos ENVC, a que o DN teve acesso, e que indicam pagamentos totais de 362 mil euros em vencimentos e nos subsídios de deslocação a Espanha.

terça-feira, 26 de julho de 2011

sábado, 23 de julho de 2011

Mas que mundo é este?


Corpos nas margens da ilha de Utoeya (Vegard M. Aas/Presse30/Reuters)

Pelo menos 92 pessoas morreram na sequência de um ataque à bomba em Oslo e num ataque a tiro num encontro de jovens, confirmou a polícia norueguesa, que suspeita que os ataques possam ter sido levados a cabo por uma mesma pessoa: o norueguês Anders Behring Breivik, que terá ligações à extrema-direita.

Geração do basta.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Merkel e Sarkozy reúnem-se à porta fechada para preparar cimeira


“O chefe de Estado e a chanceler acordaram encontrar-se na quarta-feira em Berlim para preparar a reunião dos líderes de Governo da zona euro no dia seguinte”, disse o gabinete de Sarkozy, citado pela agência Reuters. Angela Merkel já avisou que não haverá “avanços espectaculares” na cimeira da zona euro, onde os líderes europeus vão tentar chegar a acordo sobre o novo pacote de ajuda à Grécia, de modo a travar os riscos de contágio da crise da dívida a grandes economias do euro, como a Itália ou a Espanha. A chanceler alemã também falou com o presidente americano Barack Obama e os dois líderes concordaram que é imprescindível uma solução efectiva, de modo a minimizar os riscos para a economia mundial. Ontem, no seu relatório anual sobre a zona euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou a uma acção concertada e efectiva por parte dos líderes europeus para resolver a crise da dívida soberana. Caso contrário, alerta o Fundo, toda a economia mundial poderá sofrer o impacto dos problemas da zona euro.

Nota:
Os "pseudo-donos" da Europa com o "menino (euro) nas mãos".

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Francisco Álvarez Molina - Entrevista que vale a pena ouvir.




Organismos Internacionales; inútiles y mentirosos.
Francisco Álvarez Molina fue vicepresidente de la Bolsa de París y ex consejero de la Bolsa de Valencia. Actualmente es miembro del comité asesor de la CIFA, asociación sin ánimo de lucro que agrupa a las asociaciones internacionales de asesores financieros independientes y asesora al Comité socioeconómico de la ONU y presidente de Etica Family Office. Habitual colaborador de AttacTV, Álvarez desgrana en esta entrevista producida por La Antena Sociedad Cooperativa Valenciana para AttacTV, las claves para comprender el funcionamiento de los organismos internacionales que son piezas claves en la Crisis actual. Habla en esta entrevista del Fondo Monetario Internacional, el G8 y el G20, dedicando un especial interés en explicar los mecanismos que rigen a las Agencias de Rating. Francisco Álvarez afirma que estos organismos internacionales "no sirven para nada y mienten", y añade que las Agencias de Rating únicamente "hacen el juego al modelo económico en el que estamos", y que se ha demostrado que ha fracasado.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Obrigado, Berlusconi!


Não é sadismo, é egoísmo. Egoísmo deles, que se afastam dos países resgatados como de leprosos. Egoísmo nosso, que vemos no contágio uma saída para o degredo. Com "isto" da Itália, Portugal já não será expulso do euro. Os políticos europeus vão deixar de se comportar como homens das cavernas. E resolver o problema.

Não é sadismo, é egoísmo. Egoísmo deles, que se afastam dos países resgatados como de leprosos. Egoísmo nosso, que vemos no contágio uma saída para o degredo. Com "isto" da Itália, Portugal já não será expulso do euro. Os políticos europeus vão deixar de se comportar como homens das cavernas. E resolver o problema.

A Europa levou nos últimos dias um par de chapadas: uma foi o corte do "rating" de Portugal para lixo; a outra foi a alucinação destrutiva de ontem nos mercados. Já ninguém acredita em soluções nacionais para a crise de dívida soberana do euro. Só há solução europeia. Política acima da austeridade. Não em vez dela, mas acima dela.

Portugal sofreu o dano colateral dessa mensagem enviada pela Moody's, como disse ontem Maria João Rodrigues. Ninguém crê mais no modelo de resgate dos países europeus. Nem os mercados, nem os credores, nem as agências de "rating". Acreditam os líderes da Alemanha e da França. Merkel é o Sócrates da Europa: em negação até à ruína.

Daí o cinismo: obrigado, Berlusconi. Obrigado pela birra com um ministro das Finanças credível, cuja possibilidade de saída colocou os holofotes na terceira maior economia da Zona Euro. Ontem foi um dia horrível nos mercados, mas teve essa vantagem. A de deixar claro que não é possível conter o problema de Grécia e de Portugal, e da Irlanda, atrás de cercas imaginárias. A quarentena não evita o contágio.

O maior medo de Portugal é ser expulso do euro. Esse cenário existe entre os que querem "purificar" a Zona Euro: exterminar as células contaminadas, expulsar a Grécia e Portugal. Portugal pode, desde ontem, perder o medo. Um corpo pode viver sem dois braços, mas não se lhe pode amputar o coração. A Itália é grande de mais: se falha, cai o euro.

Então, o que fazer? O curioso é que não faltam soluções. Uma delas é defendida pelo próprio ministro italiano das Finanças, Giulio Tremonti: obrigações europeias. Outra foi proposta na semana passada por Stuart Holland, de retirar a dívida pública até 60% do PIB dos países europeus dos mercados, e assim também do alvo das agências de "rating". Outra ainda foi discutida em Março, no mesmo dia em que Portugal anunciou o PEC 4 e lançou uma crise política suicida: a flexibilização do fundo de emergência, que passaria a comprar dívida pública dos países acima de uma determinada taxa de juro (relativamente à Alemanha).

Nenhuma destas soluções foi aprovada, basicamente porque a Alemanha, acompanhada da França, não quer. Não apenas porque a pressão das suas opiniões públicas o dificulta. Mas também porque querem envolver os credores privados no prejuízo. Daí que Sarkozy tenha proposto renovações garantidas dos empréstimos bancários. Mas as agências de "rating" já vieram classificar a manobra como "default" selectivo. E "default" é a palavra proibida para o BCE, que diz que as consequências de um incumprimento são imprevisíveis.

Há uma música arrepiante de Laurie Anderson, chamada "From the air", em que um comandante de um avião comunica aos passageiros, pelo intercomunicador, que o avião se vai despenhar. Com a calma de um louco, diz: "não há piloto, vamos todos cair, saltem do avião, ah, ah, ah". Esta é a imagem da Europa: os comandantes a mais estão a discutir na cauda do avião de quem é a culpa da queda, e deixaram a cabina vazia.

O pânico nos mercados, a dívida portuguesa a 20% a três anos, as acções a derreterem, o stress com a banca europeia, a Grécia a falhar: tudo isso é o pânico de ver descontrolado este avião que é a União Europeia. Quem está cá em baixo já nem quer saber dos passageiros, o que quer é que o avião não lhe caia em cima.


crónica de: Pedro Santos Guerreiro

domingo, 10 de julho de 2011

O senhores que se seguem... Itália e Espanha!


União convoca reunião de emergência para discutir crise na Itália e na Grécia

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, convocou uma reunião de emergência para esta segunda-feira em Bruxelas com os principais líderes da União Europeia. O objectivo é discutir a situação da Itália face à pressão dos mercados e o segundo plano de resgate da Grécia.

A reunião, que se realizará antes do Ecofin, previsto também para esta segunda-feira, terá, de acordo com a Agência Reuters, a participação do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, do comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn.

Os dois assuntos centrais da reunião são a situação em Itália e o resgate da Grécia. A economia italiana foi a última vítima dos mercados. Os problemas políticos, com o ministro da Economia, Giulio Tremonti, alvo da ira de Silvio Berlusconi e as análises negativas das agências de "rating" ao ajuste fiscal anunciado pelo Governo colocou a Itália no centro do furacão especulativo.

A bolsa de Milão caiu 3,3% na passada sexta-feira e a taxa de risco subiu a um máximo de 247 pontos base, com os bancos a serem muito castigados. Também a Espanha sofreu alguns efeitos desta pressão.

Depois dos problemas na Grécia, Irlanda e Portugal, a crise atinge o segundo pelotão constituído pelos grande países da periferia europeia como é o caso da Espanha e Itália, com economias de dimensão muito superior às dos três países alvo de resgate.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

You bastards


Crónica de Pedro Santos Guerreiro - Jornal de Negócios de 6 de Julho 2011

Choque. Escândalo. Lixo. Resignação? Não. Mas sim, lixo, somos lixo. Os mercados são um pagode, e nós as escamas dos seus despojos. Isto não é uma reacção emotiva. Nem um dichote à humilhação. São os factos. Os argumentos. A Moody's não tem razão. A Moody's não tem o direito. A Moody's está-se nas tintas. A Moody's pôs-nos a render. E a Europa rendeu-se. As causas da descida do "rating" de Portugal não fazem sentido. Factualmente. Houve um erro de cálculo gigantesco de Sócrates e Passos Coelho quando atiraram o Governo ao chão sem cuidar de uma solução à irlandesa. Aqui escrevi nesse dia que esta era "a crise política mais estúpida de sempre". Foi. Levámos uma caterva de cortes de "rating" que nos puseram à beira do lixo. Mas depois tudo mudou. Mudou o Governo, veio uma maioria estável, um empréstimo de 78 mil milhões, um plano da troika, um Governo comprometido, um primeiro-ministro obcecado em cumprir. Custe o que custar. Doa o que doer. Nem uma semana nos deram: somos lixo. As causas do corte do "rating" não fazem sentido: a dificuldade de reduzir o défice, a necessidade de mais dinheiro e a dificuldade de regressar aos mercados em 2013 estão a ser atacadas pelo Governo. Pelo País. Este corte de "rating" não diagnostica, precipita essas condenações. Portugal até está fora dos mercados, merecia tempo para descolar da Grécia. Seis meses, um ano. Só que não é uma questão de tempo, é uma questão de lucro, é uma guerra de poder. Esta decisão tem consequências graves e imediatas. Não apenas porque o Estado fica mais longe de regressar aos mercados. Mas porque muitos investidores venderão muitos activos portugueses. Porque é preciso reforçar colaterais das nossas dívidas. Porque hoje todos os nossos activos se desvalorizam. As nossas empresas, bancos, tudo hoje vale menos que ontem. Numa altura de privatizações. De testes de "stress". Já dei para o peditório da ingenuidade: não há coincidências. Hoje milhares de investidores que andaram a "shortar" acções e dívidas portuguesas estão ricos. Comprar as EDP e REN será mais barato. Não estamos em saldos, estamos a ser saldados. Salteados. Portugal foi um indómito louco, atirou-se para um precipício, agarrou-se à corda que lhe atiraram. Está a trepar com todas as forças, lúcido e humilde como só alguém que se arruína fica lúcido e humilde. Veio a Moody's, cuspiu para o chão e disse: subir a corda é difícil - e portanto cortou a corda. Tudo isto não é por causa de Portugal, é por causa da guerra entre os EUA e a Europa, é por causa dos lucros dos accionistas privados e nunca escrutinados das "rating". Há duas semanas, um monumental artigo da jornalista Cristina Ferreira no "Público" descreveu a corrosão. Outra jornalista, Myret Zaki, escreveu o notável livro "La fin du Dollar" que documenta o "sistema" de que se alimentam estas agências e da guerra dólar/euro que subjaz. Ontem, Angela Merkel criticou o poderio das agências e prometeu-lhes guerra. Não foi preciso 24 horas para a resposta: o aviso da Standard & Poors de que a renovação das dívidas à Grécia será considerado "default" selectivo; a descida de "rating" da Moody's para Portugal. Estamos a assistir a um embuste vitorioso e a União Europeia não é uma potência, é uma impotência. Quatro anos depois da crise que estas agências validaram, a Europa foi incapaz de produzir uma recomendação, uma ameaça, uma validação aos conflitos de interesse, uma agência de "rating" europeia. Que fez a China? Criou uma agência. Que diz essa agência? Que a dívida portuguesa é A-. Que a dívida americana já não é AAA. Os chineses têm poder e coragem, a Europa deixou-se pendurar na Loja dos Trezentos... dos americanos. Anda a "troika" preocupada com a falta de concorrência em Portugal... E a concorrência ente as agências de "rating"? Há dois dias, Stuart Holland, que assinou o texto apoiado por Mário Soares e Jorge Sampaio por um "New Deal" europeu, disse a este jornal: é preciso ter os governos a governar em vez das agências de 'rating' a mandar. Não queremos pena, queremos justiça. A Europa fica-se, não nos fiquemos nós. O Banco Central Europeu tem de se rebelar contra esta ditadura. Em Outubro, o relatório do Financial Stability Board, que era liderado por Mário Draghi, aconselhava os bancos e os bancos centrais a construírem modelos próprios para avaliarem a eligilibidade dos instrumentos financeiros por estes aceites e pôr termo ao automatismos das avaliações das agências de rating. Draghi vai ser o próximo presidente do BCE. Não precisa de acabar com as agências de "rating", precisa de levantar-se destas gatas. Este corte de "rating" é grave. É uma decisão gratuita que nos sai muito cara. Portugal é o lixo da Europa. As agências de "rating" são os cangalheiros, ricos e eufóricos, de um sistema ridiculamente inexpugnável. As agências garantem que nada têm contra Portugal. Como dizia alguém, "isto não é pessoal, apenas negócios". Esse alguém era um padrinho da máfia.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nós?... Estão-me fazendo de palhaço!


No Prós e Contras desta semana, a Isabel Vaz, administradora do Espírito Santo Saúde, defendeu que temos de cumprir o programa da troika porque o Estado o assinou, nós assumimos todos um compromisso de honra e, em troca, recebemos 78 mil milhões. Acrescentou que «Quando nós gastámos mais do que devíamos, fizemos uma gestão péssima do nosso dinheiro público, uma gestão péssima da nossa economia e agora estamos de mão estendida é evidente que temos de ser um bocadinho mais humildes» (1). Também esta semana, foi anunciado o despedimento de 380 trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (2). Agora, para serem mais humildes, terão menos subsídio de desemprego, menores indemnizações e menos probabilidade de encontrar emprego devido à contracção da economia portuguesa. Este “nós” incomoda-me. Não sinto que eu tenha sido eu, nem os trabalhadores dos estaleiros de Viana, quem geriu pessimamente o dinheiro público ou a nossa economia. Não fomos “nós” que assinámos parcerias público-privadas, que comprámos casas e terrenos com contas offshore ou acções da SLN a preços de amigo. Também não fomos “nós” que usámos os juros baixos do Banco Central Europeu para criar dívidas e lucrar com os juros mais altos cobrados a outros, ou que afundámos o BPN com maroscas e especulação. Este “nós” é um punhado de (ir)responsáveis que encheram os bolsos a afundar a economia, mais a pequena minoria que vai prosperar com a venda a saldo do património público e outras medidas de “austeridade” e, finalmente, a grande maioria que vai pagar a conta.

Querem ler mais? vão a:

http://ktreta.blogspot.com/2011/06/treta-da-semana-nos.html